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quarta-feira, 30 de março de 2011

O Mais Obscuro dos Olhares



- Pare de jogar pedras em cachorros menino.

Isso foi o que a mãe repetiu, mas agora pela última vez, se ele continuasse ela ia dar uma lição nele. Porém ele sabendo disso tratou de executar o Gran Finale. Pegou sua melhor pedra e lançou-a na direção de um cachorro que estava indo em direção a aquele pedaço de carne que ele havia acabado de lançar.

Quando chegou ao pedaço de carne, o cachorro começou a saboreá-lo famintamente, até que o garoto sente que é o momento perfeito e lança a pedra pontiaguda que acerta justamente o olho esquerdo do animal. Com isso ele sai chorando e ganindo a uma altura que chama a atenção da mãe do garoto que o põe pra dentro sobre puxões de orelha.

O cachorro lá está chorando com o olho a sangrar quando surge atrás dele duas mãos deformadas que o recolhem e o coloca dentro de um furgão estranho, mas que continha o nome de um antigo laboratório que em uma explosão deixou de existir. O dono das tais mãos estava trajado com roupas estranhas e já em farrapos, porém um sorriso amarelo não saía de sua face, como se fosse uma visualização de uma possível vingança que pudesse ser executada ou que, provavelmente estava a caminho.

Um mês se passou e o garoto está jogando bola na rua quando sua bola cai na rua detrás. Ele se oferece pra pegá-la, mas ao chegar lá ele procura, mas não a acha em nenhum local, ele procura entre os arbustos, os lotes baldios e nada. Até que ele avista algo amorfo dentro de outro lote baldio. No meio ele encontra sua bola totalmente suja de sangue e furada com algo parecido com uma mordida, se não fosse pelo tamanho enorme do furo de cada suposto dente. Ele se assusta, mas volta dizendo que não achou a bola. Porém uma coisa o havia mais assustado ainda. Ao pegar a bola toda ensangüentada ele sente que há algo dentro dela e tentou descobrir o que era. Quando conseguiu retirar o objeto que estava lá dentro, eis que ele encontra a sua pedra pontiaguda que ele mesmo a preparou e lembrou-se que a havia arremessado contra um cachorro furando o olho do animal.

Mas o que estaria fazendo ali aquela pedra e como ela foi parar lá? No momento passaram várias coisas em sua cabeça, porém ele fingiu ignorar que aquilo era simplesmente um aviso, quem sabe até uma brincadeira de seus amigos.

Uma semana depois ele passa em frente a um antigo laboratório abandonado, quando ele percebe que lá dentro tem uma bola igualzinha a que ele havia perdido e reencontrado, porém essa estava novinha e lá dentro, dando sopa. Ele pula o muro, transpassa a placa onde estava escrito JOOBS GENÉTICA e verifica que a bola está realmente novinha e em ótimo estado. Percebe que realmente só podia ser um otário que tinha deixado-a cair lá e ficou com medo e não foi buscar. Estava doido pra mostrar pros seus amigos a grande descoberta, e quando ia novamente passando pela placa é surpreendido por uma dor aguda em sua nuca. Percebe então que sua vista se anuvia e ele começa a ficar tonto. Quando de repente cai em sono profundo.

Ao acordar, ele está meio zonzo e não entende nada, percebe que está em um local totalmente sem iluminação, tudo escuro. Tenta se levantar, porém suas pernas o traem e o abandonam como se ainda estivessem dormindo. Ele tenta se mover novamente e consegue se apoiar na parede e, enfim, firmar as pernas. Quando saiu tateando as paredes daquele cubículo escuro, ele percebe que uma luz saindo em um buraco posicionado em cima do que parecia ser uma porta ilumina metade da sala, que possui uma aparência como se fosse inundada de sangue antigo e recente.

Ele grita pra sair, porém sem nenhum resultado. Começa a bater com os punhos na porta, porém com isso só consegue machucar mais ainda suas mãos. Desesperado começa a chorar e pedir socorro cada vez com menos intensidade e menos esperança, até que finalmente ele ouve um barulho na parte escura da sala. Algo como se a parede tivesse sido aberta ou removida. Ele fica em dúvida se realmente vai em direção àquela escuridão ou permanece a esperar. Quando ele observa mais, ele percebe que há um ponto vermelho dentro da escuridão. Um único ponto que o observa como se fosse o mais obscuro dos olhares.

Ele fica mais desesperado ainda, mas da mesma forma ele começa a pedir por favor que isso fosse o que fosse o tirasse dali, porém a resposta que ele recebeu o assustou ainda mais. Aquilo que possuía esse olhar assustador começou a emitir um som estranho e grave, como se fosse um rosnar, porém bem mais horripilante. Quando ele percebeu, junto a esse ponto vermelho surge outro meio esbranquiçado e os dois pontos de luz se chegam perto da luz iluminando o que parecia ser a imagem mais assustadora que o garoto já presenciou.

Aquilo que possuía aquele par de olhos famintos de ódio, era algo que lembrava um cachorro, se não fosse pela seu tamanho enorme e seus dentes maiores ainda. O garoto achou ser um lobo de tão assustador ser aquela criatura canina, que deixava gotejar de sua boca aberta uma saliva grossa e vermelha que respingava por onde passava. Em suas patas haviam unhas que pareciam lâminas afiadas e seu olhar continuava assassino.

O garoto mais assustado ainda tentava recuar dessa criatura que se aproximava dele com esse instinto assassino, quando um assovio faz a criatura parar. Do meio da escuridão surge uma figura humana, mas muito estranha. Ele se apresentou como Dr. Upset e disse ser o dono daquela clínica de manipulação genética, mas acima de tudo, um amante dos cães. Ele dizia que os cães eram as coisas mais sagradas que existiam na face da Terra e que protegê-los era sua missão, mesmo que pra isso ele tivesse que partir pra genética avançada. Explicou também que era seu objetivo vingar os cães maltratados e que observava o garoto há muito tempo com suas brincadeiras sem graça. Com isso explicou que aquela criatura grotesca era aquela que ele havia lançado uma pedra pontiaguda em seu olho, e que agora era a oportunidade daquele cão se vingar.

Dito isso, o garoto implorou para que o doutor parasse com isso, que estava arrependido e que jamais faria isso, porém o doutor riu e disse que já era tarde demais pra isso e que implorar não traria o olho do cachorro de volta. Dito isso ele sumiu novamente na escuridão e novamente deu um assovio. Feito isso o cachorro voltou a mostrar aqueles dentes enormes e avançou direto em direção ao olho esquerdo do menino, arrancando-o com seus dentes afiados. Feito isso ele recuou. O garoto chorava compulsivamente e pedia pra ir embora, pra soltá-lo agora que estava feito.

Porém o doutor apenas soltou uma risada maléfica assustando mais ainda o garoto que não tinha mais forças nenhuma, todas roubadas pela dor terrível que sentia. Porém quando o garoto acreditava que estava tudo acabado, o doutor apenas disse:

- Acabou? Tudo apenas está começando.

E riu novamente, porém essa risada foi se afastando e com isso a luz se apagou completamente e o garoto ficou imerso na escuridão. O doutor então gritou.

- Quero apresentar a você ainda meus sete amigos que você também maltratou

Acompanhado a isso, uma luz iluminou rapidamente toda a sala e se apagou novamente, e nesse curto espaço de tempo o garoto notou que havia mais sete criaturas iguais ou piores que a primeira. Depois disso, só se ouviu um grito de dor que ecoava por todo o laboratório abandonado. E junto a esse grito, apenas se ouvia a risada do doutor acompanhada pelo uivo daquele cachorro que possuía apenas um dos olhos, mas com o mais obscuro dos olhares.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fernanda - Uma de minhas maiores musas




O que um homem não faz por uma mulher não é? Dizem que por trás de cada realização masculina ou grande descoberta existe uma mulher que impulsionou. Homens ficam ricos pra elas. Se produzem pra elas. Ficam inteligente pra elas. Fruto da atração e ser que admiram... Sei tambem que pode ser mútuo, ou seja, mulheres terem tal tipo de gana de agradar. Mas desse desejo, surgiu ela... Fernanda.
Na primeira vez que a vi, foi totalmente paixão à primeira vista. Como em uma seleção, a escolhi pra mim, ela tinha que ser minha porque não tinha como. Ela tinha que ser minha. Vindo de Brasília ela tinha características unicas dela, coisas que so ela tinha e que me chamaram muito a atenção. Achei ser o único atraído por ela, porém, meu irmão também demonstrava o mesmo interesse que eu, porém, eu ja tinha decidido em minha mente: VAI SER MINHA. Era uma obsessão porque mesmo ela não tendo todos os requisitos que eu admirava na época, ela tinha muitos deles, o que me atraía de uma forma como se ela fosse enviada diretamente pra mim, porque só de notar sua beleza, ja me perdia totalmente. E com o passar do tempo, isso nao mudava. Eu continuava vendo-a como minha favorita e como a melhor escolha pra ter comigo. Nossa relação era única. Não nos desgrudávamos jamais. As vozes que sussurravam em meu ouvido e principalmente aquele olhar azul que por muito me atraía. Nossa música ela amava entoar, e era Every Breathe You Take do The Police. Sempre que ela entoava eu ia direto tê-la comigo e o melhor, ela me correspondia.
Nossa primeira saída foi fantástica. Saímos juntos e fomos até uma galeria. Lá nos encontramos e lá soube seu real nome. Tão lindo, Fernanda. Soou tao bonito quando o conheci, porém, fui um pouco caçoado por causa dela. Inveja, pura inveja.
Com o passar do tempo, todos iam a conhecendo, a visitando, falando sobre ela e com ela. E sua fama foi se espalhando, e eu a exibia com orgulho como minha paixão...Podia até não ser a melhor no que fazia, mas Fernanda foi um celular e tanto.
Admito que a escolhi por ter calculadora, ou seja, era boa com numeros e seu nome surgiu na hora de habilitá-la. No campo operadora(que no caso de Fernanda era VIVO) a atendente escreveu o nome dela, que no caso seria Fernanda. Então meu celular estava com o nome da operadora de Fernanda ao invés de VIVO. Meu irmão me caçoou até, porque afinal, era um nome feminino, mas decidi usar isso ao meu favor. Então meu celular fatidicamente se chamava FERNANDA. Tentamos arrumar em um técnico mas ele riu e disse que so ligando lá. Eu realmente decidi encarar o fato de que Fernanda era minha Fernanda. E começamos a andar juntos sempre. COnversávamos, ela me acompanhava em momentos felizes (como as conversas com a namorada virtual da época de Porto Velho) e momentos tristes(como o fim com a namorada virtual de Porto Velho) e as pessoas gostavam dela. Pediam a Fernanda daqui, a Fernanda de lá e ela sempre disposta ia. E voltava pra mim da mesma forma que se foi. Quando sua roupa inicial estava gasta, fui trocar e claro, peguei uma que combinava fascinantemente com ela. Pelo seu visor azul, combinei-o com uma Frentinha verde, e de verdade, ela ficou linda linda. Após isso meu amigo resolveu dar uma incrementada melhor ainda colocando um adesivo nela que ficou de uma forma linda linda. Uma bela flor com um receptáculo gigante. Achei belíssimo incremento. Ficou lindíssima.
Porém o tempo a desgastou e seu visor começou a apagar, deixando-a cega por alguns momentos, o que caracterizava com um problema visual. Consegui consertar uma vez, porém da segunda, ela não voltou mais a ver.
Um dia então, aceitei que enfim não teria como mais mantê-la viva, e então, decidi dar a ela uma final como ela merecia, com dignidade, porém a melhor forma que ela achou de se despedir foi simplesmente sumir sem deixar vestígios. Ninguem sabe que fim levou Fernanda. Pra mim, pra onde ela tenha ido, não mudará o fato de que foi sim, uma de minhas maiores musas.