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quarta-feira, 30 de março de 2011

O Mais Obscuro dos Olhares



- Pare de jogar pedras em cachorros menino.

Isso foi o que a mãe repetiu, mas agora pela última vez, se ele continuasse ela ia dar uma lição nele. Porém ele sabendo disso tratou de executar o Gran Finale. Pegou sua melhor pedra e lançou-a na direção de um cachorro que estava indo em direção a aquele pedaço de carne que ele havia acabado de lançar.

Quando chegou ao pedaço de carne, o cachorro começou a saboreá-lo famintamente, até que o garoto sente que é o momento perfeito e lança a pedra pontiaguda que acerta justamente o olho esquerdo do animal. Com isso ele sai chorando e ganindo a uma altura que chama a atenção da mãe do garoto que o põe pra dentro sobre puxões de orelha.

O cachorro lá está chorando com o olho a sangrar quando surge atrás dele duas mãos deformadas que o recolhem e o coloca dentro de um furgão estranho, mas que continha o nome de um antigo laboratório que em uma explosão deixou de existir. O dono das tais mãos estava trajado com roupas estranhas e já em farrapos, porém um sorriso amarelo não saía de sua face, como se fosse uma visualização de uma possível vingança que pudesse ser executada ou que, provavelmente estava a caminho.

Um mês se passou e o garoto está jogando bola na rua quando sua bola cai na rua detrás. Ele se oferece pra pegá-la, mas ao chegar lá ele procura, mas não a acha em nenhum local, ele procura entre os arbustos, os lotes baldios e nada. Até que ele avista algo amorfo dentro de outro lote baldio. No meio ele encontra sua bola totalmente suja de sangue e furada com algo parecido com uma mordida, se não fosse pelo tamanho enorme do furo de cada suposto dente. Ele se assusta, mas volta dizendo que não achou a bola. Porém uma coisa o havia mais assustado ainda. Ao pegar a bola toda ensangüentada ele sente que há algo dentro dela e tentou descobrir o que era. Quando conseguiu retirar o objeto que estava lá dentro, eis que ele encontra a sua pedra pontiaguda que ele mesmo a preparou e lembrou-se que a havia arremessado contra um cachorro furando o olho do animal.

Mas o que estaria fazendo ali aquela pedra e como ela foi parar lá? No momento passaram várias coisas em sua cabeça, porém ele fingiu ignorar que aquilo era simplesmente um aviso, quem sabe até uma brincadeira de seus amigos.

Uma semana depois ele passa em frente a um antigo laboratório abandonado, quando ele percebe que lá dentro tem uma bola igualzinha a que ele havia perdido e reencontrado, porém essa estava novinha e lá dentro, dando sopa. Ele pula o muro, transpassa a placa onde estava escrito JOOBS GENÉTICA e verifica que a bola está realmente novinha e em ótimo estado. Percebe que realmente só podia ser um otário que tinha deixado-a cair lá e ficou com medo e não foi buscar. Estava doido pra mostrar pros seus amigos a grande descoberta, e quando ia novamente passando pela placa é surpreendido por uma dor aguda em sua nuca. Percebe então que sua vista se anuvia e ele começa a ficar tonto. Quando de repente cai em sono profundo.

Ao acordar, ele está meio zonzo e não entende nada, percebe que está em um local totalmente sem iluminação, tudo escuro. Tenta se levantar, porém suas pernas o traem e o abandonam como se ainda estivessem dormindo. Ele tenta se mover novamente e consegue se apoiar na parede e, enfim, firmar as pernas. Quando saiu tateando as paredes daquele cubículo escuro, ele percebe que uma luz saindo em um buraco posicionado em cima do que parecia ser uma porta ilumina metade da sala, que possui uma aparência como se fosse inundada de sangue antigo e recente.

Ele grita pra sair, porém sem nenhum resultado. Começa a bater com os punhos na porta, porém com isso só consegue machucar mais ainda suas mãos. Desesperado começa a chorar e pedir socorro cada vez com menos intensidade e menos esperança, até que finalmente ele ouve um barulho na parte escura da sala. Algo como se a parede tivesse sido aberta ou removida. Ele fica em dúvida se realmente vai em direção àquela escuridão ou permanece a esperar. Quando ele observa mais, ele percebe que há um ponto vermelho dentro da escuridão. Um único ponto que o observa como se fosse o mais obscuro dos olhares.

Ele fica mais desesperado ainda, mas da mesma forma ele começa a pedir por favor que isso fosse o que fosse o tirasse dali, porém a resposta que ele recebeu o assustou ainda mais. Aquilo que possuía esse olhar assustador começou a emitir um som estranho e grave, como se fosse um rosnar, porém bem mais horripilante. Quando ele percebeu, junto a esse ponto vermelho surge outro meio esbranquiçado e os dois pontos de luz se chegam perto da luz iluminando o que parecia ser a imagem mais assustadora que o garoto já presenciou.

Aquilo que possuía aquele par de olhos famintos de ódio, era algo que lembrava um cachorro, se não fosse pela seu tamanho enorme e seus dentes maiores ainda. O garoto achou ser um lobo de tão assustador ser aquela criatura canina, que deixava gotejar de sua boca aberta uma saliva grossa e vermelha que respingava por onde passava. Em suas patas haviam unhas que pareciam lâminas afiadas e seu olhar continuava assassino.

O garoto mais assustado ainda tentava recuar dessa criatura que se aproximava dele com esse instinto assassino, quando um assovio faz a criatura parar. Do meio da escuridão surge uma figura humana, mas muito estranha. Ele se apresentou como Dr. Upset e disse ser o dono daquela clínica de manipulação genética, mas acima de tudo, um amante dos cães. Ele dizia que os cães eram as coisas mais sagradas que existiam na face da Terra e que protegê-los era sua missão, mesmo que pra isso ele tivesse que partir pra genética avançada. Explicou também que era seu objetivo vingar os cães maltratados e que observava o garoto há muito tempo com suas brincadeiras sem graça. Com isso explicou que aquela criatura grotesca era aquela que ele havia lançado uma pedra pontiaguda em seu olho, e que agora era a oportunidade daquele cão se vingar.

Dito isso, o garoto implorou para que o doutor parasse com isso, que estava arrependido e que jamais faria isso, porém o doutor riu e disse que já era tarde demais pra isso e que implorar não traria o olho do cachorro de volta. Dito isso ele sumiu novamente na escuridão e novamente deu um assovio. Feito isso o cachorro voltou a mostrar aqueles dentes enormes e avançou direto em direção ao olho esquerdo do menino, arrancando-o com seus dentes afiados. Feito isso ele recuou. O garoto chorava compulsivamente e pedia pra ir embora, pra soltá-lo agora que estava feito.

Porém o doutor apenas soltou uma risada maléfica assustando mais ainda o garoto que não tinha mais forças nenhuma, todas roubadas pela dor terrível que sentia. Porém quando o garoto acreditava que estava tudo acabado, o doutor apenas disse:

- Acabou? Tudo apenas está começando.

E riu novamente, porém essa risada foi se afastando e com isso a luz se apagou completamente e o garoto ficou imerso na escuridão. O doutor então gritou.

- Quero apresentar a você ainda meus sete amigos que você também maltratou

Acompanhado a isso, uma luz iluminou rapidamente toda a sala e se apagou novamente, e nesse curto espaço de tempo o garoto notou que havia mais sete criaturas iguais ou piores que a primeira. Depois disso, só se ouviu um grito de dor que ecoava por todo o laboratório abandonado. E junto a esse grito, apenas se ouvia a risada do doutor acompanhada pelo uivo daquele cachorro que possuía apenas um dos olhos, mas com o mais obscuro dos olhares.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fernanda - Uma de minhas maiores musas




O que um homem não faz por uma mulher não é? Dizem que por trás de cada realização masculina ou grande descoberta existe uma mulher que impulsionou. Homens ficam ricos pra elas. Se produzem pra elas. Ficam inteligente pra elas. Fruto da atração e ser que admiram... Sei tambem que pode ser mútuo, ou seja, mulheres terem tal tipo de gana de agradar. Mas desse desejo, surgiu ela... Fernanda.
Na primeira vez que a vi, foi totalmente paixão à primeira vista. Como em uma seleção, a escolhi pra mim, ela tinha que ser minha porque não tinha como. Ela tinha que ser minha. Vindo de Brasília ela tinha características unicas dela, coisas que so ela tinha e que me chamaram muito a atenção. Achei ser o único atraído por ela, porém, meu irmão também demonstrava o mesmo interesse que eu, porém, eu ja tinha decidido em minha mente: VAI SER MINHA. Era uma obsessão porque mesmo ela não tendo todos os requisitos que eu admirava na época, ela tinha muitos deles, o que me atraía de uma forma como se ela fosse enviada diretamente pra mim, porque só de notar sua beleza, ja me perdia totalmente. E com o passar do tempo, isso nao mudava. Eu continuava vendo-a como minha favorita e como a melhor escolha pra ter comigo. Nossa relação era única. Não nos desgrudávamos jamais. As vozes que sussurravam em meu ouvido e principalmente aquele olhar azul que por muito me atraía. Nossa música ela amava entoar, e era Every Breathe You Take do The Police. Sempre que ela entoava eu ia direto tê-la comigo e o melhor, ela me correspondia.
Nossa primeira saída foi fantástica. Saímos juntos e fomos até uma galeria. Lá nos encontramos e lá soube seu real nome. Tão lindo, Fernanda. Soou tao bonito quando o conheci, porém, fui um pouco caçoado por causa dela. Inveja, pura inveja.
Com o passar do tempo, todos iam a conhecendo, a visitando, falando sobre ela e com ela. E sua fama foi se espalhando, e eu a exibia com orgulho como minha paixão...Podia até não ser a melhor no que fazia, mas Fernanda foi um celular e tanto.
Admito que a escolhi por ter calculadora, ou seja, era boa com numeros e seu nome surgiu na hora de habilitá-la. No campo operadora(que no caso de Fernanda era VIVO) a atendente escreveu o nome dela, que no caso seria Fernanda. Então meu celular estava com o nome da operadora de Fernanda ao invés de VIVO. Meu irmão me caçoou até, porque afinal, era um nome feminino, mas decidi usar isso ao meu favor. Então meu celular fatidicamente se chamava FERNANDA. Tentamos arrumar em um técnico mas ele riu e disse que so ligando lá. Eu realmente decidi encarar o fato de que Fernanda era minha Fernanda. E começamos a andar juntos sempre. COnversávamos, ela me acompanhava em momentos felizes (como as conversas com a namorada virtual da época de Porto Velho) e momentos tristes(como o fim com a namorada virtual de Porto Velho) e as pessoas gostavam dela. Pediam a Fernanda daqui, a Fernanda de lá e ela sempre disposta ia. E voltava pra mim da mesma forma que se foi. Quando sua roupa inicial estava gasta, fui trocar e claro, peguei uma que combinava fascinantemente com ela. Pelo seu visor azul, combinei-o com uma Frentinha verde, e de verdade, ela ficou linda linda. Após isso meu amigo resolveu dar uma incrementada melhor ainda colocando um adesivo nela que ficou de uma forma linda linda. Uma bela flor com um receptáculo gigante. Achei belíssimo incremento. Ficou lindíssima.
Porém o tempo a desgastou e seu visor começou a apagar, deixando-a cega por alguns momentos, o que caracterizava com um problema visual. Consegui consertar uma vez, porém da segunda, ela não voltou mais a ver.
Um dia então, aceitei que enfim não teria como mais mantê-la viva, e então, decidi dar a ela uma final como ela merecia, com dignidade, porém a melhor forma que ela achou de se despedir foi simplesmente sumir sem deixar vestígios. Ninguem sabe que fim levou Fernanda. Pra mim, pra onde ela tenha ido, não mudará o fato de que foi sim, uma de minhas maiores musas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Maldição do Casamento

Conto vencedor do III Concurso de Contos de Terror da Área N


Não há quem não reparasse nela. Apesar de não sair de casa, conseguia manter sempre uma bela forma. Sim, belas cinturas, quadril em uma medida considerada perfeita e uma silhueta de dar inveja à todas as vizinhas que rodeavam sua casa. Seu nome era Milena, e não tinha um homem na vizinhança, casado ou não, que não a cobiçava ou tinha seus sonhos povoados por ela.

Amigos ela não possuía. Ninguém a visitava, de vez em quando ela se ausentava de sua casa, mas era pra viagens que duravam meses, e depois voltava só para seu lar. E lá permanecia só, junto à sua televisão. Ela tinha uma iguana, verde e enorme, que punha medo nas crianças que a viam, alguns diziam que já viram a iguana comer um gato inteiro.

Apesar disso, as únicas palavras que ela dizia eram frios cumprimentos aos vizinhos quando saía pra ir ao supermercado. Toda vez que tentavam conversar mais com ela, ela apenas dava uma resposta seca e ia embora fazer o que ela tinha programado pra si mesma.

Ela chegou naquele bairro quando seu primeiro marido comprou lá a casa. Eles chegaram logo após a lua-de-mel. Ela tinha seus 16 anos. Ele tinha 24. Porém pareciam ser um casal muito convencional. Ele sempre saía pra trabalhar e voltava à noite. Ela só saía quando era pra ir ao supermercado. Os vizinhos que a iam recepcionar eram recebidos com felicidade, batiam um papo e depois se iam. No começo ela era amável e amiga. Até que um desastre aconteceu.

Um dia simplesmente seu marido não voltou do trabalho. Ela ficou desolada com o acontecido. A polícia tentou que tentou achar o paradeiro dele, porém não havia nenhuma pista que ajudasse a encontrar seu paradeiro. Ele tinha sim saído de seu serviço, porém, não chegou até em casa. Ela ficou desesperada e durante as noites só se ouvia seu choro inundando a casa.

Todos lhe prestavam condolências e ela as aceitava, mas nada dizia. Apenas chorava. Foi quando ela partiu pra sua primeira viagem. Voltou dois meses depois, e em casa ficava só, junto à sua TV. Quando os vizinhos iam visitá-la, ela alegava não estar bem e dispensava as visitas ou convites que eles faziam a ela. Sua única companhia era a iguana que ela trouxe junto com a viagem.

Porém, um ano após seu casamento, ela novamente viaja, e quando volta, volta acompanhada por um novo marido. Esse parecia ser mais jovial e mais esportivo. Ele era jogador de tênis e estava se iniciando na liga amadora quando se mudaram. Os vizinhos o adoravam sempre alegre e piadista. Porém, coincidência, sina ou maldição, certo dia foi para o treino e não mais voltou. A esposa ficou mais desolada ainda, porque não acreditava que aquilo podia acontecer mais uma vez com ela. Ela queria saber o porquê daquilo só acontecer com ela.

Os policiais ficavam perdidos, porque nenhum vestígio era encontrado, nem onde desapareceu nem na casa. Uma coisa era certa. Milena passou por mais um período muito triste. Dessa vez ela chorava muito mais que da outra vez, mas os vizinhos começavam a cogitar o possível motivo dos sumiços. Alguns desconfiavam dela, outros de algum possível inimigo que ela pudesse chegar a ter, mas os rumores só aumentavam e nada se resolvia. Ela partiu novamente para a viagem que fez. Os vizinhos se questionavam pra onde ela estaria indo, mas ninguém nem idéias tinham.

Depois de dois meses ela voltou e estava novamente em seu isolamento solitário com seu iguana, porém, mesmo que os vizinhos oferecessem companhia, ela não aceitava, nem os convites pra sair, festas de aniversário ou da Associação de Bairros, nada. Ela permanecia reclusa em sua sala com sua TV.

Um dos vizinhos era mais insistente. Ele era apaixonado por ela desde que ela havia mudado pela primeira vez para aquele bairro, porém mantinha em secreto sua paixão por ela. Até que o segundo marido dela desapareceu. Ele e seu amigo ficaram muito intrigados com o porquê, porém ele resolveu que queria conquistá-la de qualquer forma.

Começou visitando sua casa várias vezes, e por mais que ela o dispensasse ele sempre insistia em entrar, ela tentava que tentava se desviar dele, porém ele insistia muito.

Certo dia depois de tanta insistência ela deixou-o entrar e começaram a conversar. Ele encantado por ela, mas ela nem conversava tanto com ele. Ela resolveu convidar-lhe para o jantar. Ele aceitou e perguntou se poderia chamar o amigo. Ela aceitou.

No jantar ela se soltou mais. Estava mais disposta, mas bem humorada e conversava mais com os dois cavalheiros seus vizinhos. Finalizado o jantar eles se despediram e foram embora. Um dos amigos estava feliz demais por ter jantado com ela, ele achava que era questão de tempo até conquistá-la da forma que ela o conquistou.

As visitas se tornaram mais freqüentes, mais freqüentes até que enfim, eles assumiram o namoro. Ela já se mostrava uma outra pessoa, mais feliz, mais alegre, recebia outros vizinhos em jantares e ainda por cima sempre sorridentes. Sua casa era outra. Mais feliz aconchegante e animada. Passados alguns anos, eles resolveram se casar.

A cerimônia dessa vez se diferiu das demais, antes era apenas civil. Essa foi em igreja com ornamentos e tudo o mais. Porém nenhum convidado da noiva, apenas do noivo. Alguns estranharam, mas deixaram pra lá e curtiam a festa, que foi muito bem comentada por todo o bairro.

A vida seguiu tranqüila. Enquanto seu novo marido saía pra trabalhar, ela ficava em casa cuidando dela e fazendo tricô, um hobby aprendido com uma vizinha. Tudo ia bem, até em filhos eles pensavam, tinham o intuito de formar uma bela família. Até que novamente, o pior aconteceu. O marido dela desapareceu novamente e sem nenhum vestígio.

Ela desesperou, porque não agüentava que aquilo estivesse novamente acontecendo com ela, não achava que poderia ser possível três vezes acabarem com a felicidade dela. Como era possível acontecer somente com ela? Ela chorava que todo o bairro ouvia e lamentava. Alguns desconfiavam, mas nada acontecia, porque ninguém tinha a menor pista ou paradeiro de onde poderiam estar os desaparecidos maridos dela. A polícia se viu perdida e estava a ponto de novamente arquivar o caso. Porém uma pessoa não estava satisfeita com isso.

O amigo do marido dela ficou irritado com a história do desaparecimento, e lembra que até tinha brincado com o fato de seu amigo desaparecer quando casar com a Milena. Porém, ele achava que seria apenas uma brincadeira, mas não. O amigo tinha ido para o trabalho, no dia em que desapareceu, iam voltar juntos, porém, ele ficou pra resolver uns problemas de ultima hora. Ele decidiu por si mesmo descobrir o que havia acontecido.

Ele combinou de entrar na casa enquanto ela havia saído pra viajar. Deu seu jeitinho, porém ao entrar na casa ele repara que dois olhos estão o olhando de uma forma assustadora e tenebrosa. Era o Iguana dela. O iguana avançou em direção a ele com aquele olhar mortal, ele começou a fugir, então tropeçou e o iguana passou por cima de suas costas e avançou correndo pela sala.

Assustado, o amigo olhou pra si e viu que estava tudo bem. Continuou procurando algo, subiu as escadas devagarzinho e chegou ao segundo andar, onde ficava o quarto do casal.

Ele chegou à porta e ouvia uns estranhos sons. Ao abrir a porta vagarosamente ele começa a caminhar rumo ao banheiro da suíte. Quando ele olha pra dentro do banheiro da suíte, ele fica surpreso, toma um susto e cai pra trás.

Ele viu a aterradora imagem de uma criança comendo o que parecia ser um braço humano. Era uma imagem aterradora, a criança era careca e possuía olhos muito vermelhos. Ele ia preparar pra correr quando outra criança se pôs à porta. Apontou o dedo pra ele e abriu a boca, foi quando outras duas crianças apareceram no escuro e seguraram a perna dele e começaram a morder. Ele ia gritar quando uma criança enfiou a mão em direção à boca dele colocando lá dentro um pedaço de pano

Assim, do nada apareceram mais duas crianças que começaram a devorar o corpo dele aos pouco e ele com a dor desmaiou atemorizado com o que seria aquilo. Porém, desse desmaio ele não voltaria jamais. As crianças pro fim terminaram de comer todo o corpo dele, inclusive elas mastigavam os ossos como se fossem algo crocante e saboroso. Depois de tudo terminado, elas voltavam ao escuro e o iguana por fim, lambia todo o sangue que ficava espalhado pelo chão, como se não tivesse tido nada ali.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O PLANO H

Outra história real, de um namoro que de tão fantástico…É fora do comum…

Em um namoro um dos momentos mais fantásticos é a troca de aliança de compromisso. Muitos não usam, por escolha própria, ou para copiar padrões exteriores ou por razões que não sei. Outros usam, mas nao gostam, porque acham cafona, mas a chantagem emocional é tao grande que é inutil resistir. Outros ja começam a namorar com a aliança, ja outros preferem comemorar datas especiais com ela, como o aniversário de namoro. E nao posso esquecer daqueles que preferem um pulseira de compromisso(sim, conheço alguém assim).

Optei pela data especial, que pra mim, era a melhor das alternativas. E nenhuma data melhor para comemorar que quando completamos dois anos que nos conhecemos. Nos conhecemos dia 21/9/2008 em um evento anime onde ela acompanhava minha amiga, então eu estava decidido a entregar a aliança no dia 21/9/2010 pra comemorar data especial, sou bom com datas. Então comecei a pensar em como seria o tal momento. Veio em minha mente então o…

PLANO A: Entregar a aliança pra ela na pracinha que fica ao lado do serviço dela. Comecei arquitetar e pensar em como seria isso, se ficaria legal e como seria especial, ou como tornar esse momento especial. Daí acabei por arquitetar o…

PLANO B: Entregar a aliança pra ela na pracinha que fica ao lado do serviço dela mas junto com um sapo de pelúcia. Isso porque tinha notado que no orkut dela ela tinha adicionado umas fotos de sapinhos fofos. Sendo assim, estava tudo decidido. Até que um dia comprei as alianças e um dia antes da entrega eu preparei as alianças gravando o nome e ainda comprei o sapo de pelúcia que era lindo. Vendo o sapo então tive um insight de colocar as alianças dentro do coração que ele segurava. Com caixinha e tudo o mais, mas o melhor não seria isso, então com sugestões e idéias surgiu o…

PLANO C: Entregar a aliança pra ela na pracinha que fica ao lado do serviço dela com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas. Então estava já totalmente pronto para o momento e pensando bem nas palavras e também em como seria. Porém um detalhe eu tinha esquecido, na verdade dois. O primeiro: O pai dela estaria em casa, o que nao seria grande empecilho, o segundo: Ela sairia mais cedo do serviço nesse dia. Realmente coisas que eu tinha esquecido e que eu nao lembrava, ou seja, o plano C falhou e tive que pensar em um novo…

PLANO D: Entregar a aliança pra ela na casa dela com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas. E no dia preparei tudo certinho, e o arranjo ficou ótimo. Inclusive com a rosa alaranjada que é outra hisória. Sai, entrei no onibus pronto pra ir pra casa dela entregar tudo o que tinha preparado e pensando nas palavras que falaria, porém, deixando o momento guiar-me. Com isso, ao sentar-me no banco, ela me liga dizendo que iria pro Centro porque tinha marcado com uma amiga de pegarem um certificado juntas, daí perguntou se teria como encontrá-la lá, mas eu disse que não porque já estava a caminho dela, sendo assim, surgia o…

PLANO E: Entregar a aliança pra ela na casa dela, com ela preparando pra sair, com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas. Estava já assim, meio tenso por terem mudado tanto os meus planos, já que sou muito focado no PLANO A, e esse já estava bastante avançado pra mim. Mas então fui preparando-me psicologicamente pra um momento unico na minha vida. E que foi chegando cada vez mais rapido. Mas quando estava perto da casa dela, o telefone toca e é ela me dizendo que estava atrasada e que ia pegar o mesmo ônibus que eu e assim, iríamos juntos para o Centro, o que inflingia no…

PLANO F: Entregar a aliança pra ela no ônibus com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas. E aí sim desesperei, porque o ônibus não era nada que eu esperava mesmo, principalmente porque tinha arquitetado tudo tão bonito, e não é uma coisa muito fácil romantizar uma situação em um ônibus. Mas lá estava ela, no ponto me esperando, e quando entrou, o motorista nao a deixou entrar porque a linha do ônibus não voltaria pro Centro, e ela então com raiva desceu, o que me pôs no intermediário…

PLANO G: Entregar a aliança pra ela em algum lugar que não fazia a mínima idéia de qual seria com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas.Mas o mais agravante disso tudo foi uma frase que ela liberou: “Sempre que estou feliz, vem uma coisa pra estragar meu humor e me deixar com raiva.” O que pra mim significava “Everton, voce está ferrado porque ela está com muita raiva.” Então finalmente aconteceu o finalmente e nada esperado mas lindo e memorável…

PLANO H: Entregar a aliança pra ela sentado em um ponto de ônibus em frente uma chácara que criava porcos e vendia esterco com um sapinho segurando uma rosa com um laço e esse laço conteria as alianças penduradas.Mas primeiro, acalmá-la porque ela estava com muita raiva do tiozinho, e consegui, depois contar nossa história durante dois anos e então…Ela notou a sacola e foi um dos momentos mais bonitos da minha vida, nervoso??? Claro…Quase coloquei a aliança no mindinho de tanto que tremia, mas no final, mostrou o quão incomum e divertido pode ser um relacionamento que nasceu pra dar certo.

domingo, 5 de setembro de 2010

O PIOR DIA DA MINHA VIDA

Sim...agora outro post que é totalmente real...

Oito de março é uma data linda. Dia das mulheres em homenagem a algumas operárias que tiveram a infelicidade de morrerem queimadas juntas em uma fábrica e aquela coisa toda que todos conhecem. Também é o dia do aniversário do meu irmão, o que é um motivo de zoação pelo primeiro fato, mas não dá pra desligar ambos os fatos. Porém às vezes...Um dia feliz para um, é um dia muito triste para outros. No caso, sim...Eu...

Era exato oito de março de 2006 minha rotina consistia em: Escola, Curso, Banda e Casa...Seguirei essa ordem cronológica.

Escola: O dia ja começou mal porque pela primeira vez em alguns anos na escola eu estava pronto para ir novamente para um dia comum, de terceiro ano, porém, algo saiu fora do controle. O clássico despertador que não desperta. Aconteceu comigo e acordei afobadíssimo pronto para ir logo a luta e correr pra aula, o horário super avançado e o pior, teria que entrar na segunda aula. Pra muitos normais, para mim abominável. Ja cheguei de mal humor e até minha atenção chamaram porque de tão ranzinza, eu estava conversando para aliviar, mas os professores nao gostaram e reclamaram absurdo quanto a isso. Fora isso no intervalo um pessoal deixou cair em cima de mim um pouco de refrigerante(pouco pra ser generoso) e a partir dai ja começava a querer aceitar que o dia não estava sorrindo pra mim.

Curso: Almocei em casa correndo pra nao perder o curso. Para ir era um caminho de 1,7 quilometros para ir(Segundo o Google Maps) e 1,7 km pra voltar. Tempo quente, o sol estava mortificante porque era o começo da tarde, horário que meu curso começava. Chegando no curso, indo começar, acaba a energia. Obviamente nenhum aluno foi dispensado porque seria uma queda rapidinnha, porém,ledo engano Leda Nagle(saudade do Leis de Murphy) pois é...Eu ja quase nao estava bastante grilado com a vida, agora estava grilado com a vida e parado olhando para os colegas e para o professor em uma sala semi-escura. Sou obrigado mesmo. Mas la ficamos, parados por mais de uma hora esperando a energia voltar. Eu podia sim sair pra fora, mas nao tinha nada pra fazer lá tambem. Uma hora de minha vida jogada fora. Fui embora depois com a clássica frase: Será que pode piorar?

Banda: Essa é clássica...É claro que pode piorar...Óbvio... E piorou... Eu era trombonist da Banda Marcial de Goiania e meu irmão Bombardinista, daí meu case(lugar onde guarda) pesava em média 4,5 kg e o do meu irmão pesava 8,5 kg em média. Todos eles sustentados por alças e o do meu irmão abria com facilidade. Mas prossigamos. De casa pra banda eram exatos 2 quilometros de casa e sempre ia levando meu trombone claro, porém nesse dia meu irmão estava treinando em outra cidade, minha mae com a cara mais bondosa do mundo ordenou-me para levar o instrumento do meu irmão. Fui murmurando o caminho inteiro porque estava levando os dois instrumentos pesados e o pior, levando o mais pesado pro meu irmão.

Cheguei na banda um prédio de 4 andares e claro que eu ensaiava no ultimo e sem elevador. Subi as escadas com os instrumentos e o do meu irmão abriu no meio da escada, recolhi o instrumento e continuei subindo, chegando no destino me disseram que seria um ensaio lá embaixo. Desci as escada murmurando mais ainda e cheguei embaixo meu regente estava falando que so estava conversando e que era pra subir. La vai eu de novo subindo as escadas. Pegamos as partituras e quando olhei, um compasso que nunca tinha visto na vida. Apanhei até pra pegar o começo da música e fui torcendo pro ensaio acabar logo. Demorou bastante claro, mas quando acabou, o alivio do final só foi abafado pelo som dos trovões que gritavam. E caiu o pé d'água. Fiquei uns quinze minutos esperando a chuva ao menos diminuir e nada , porém, quando ela diminuiu pensei, é...ficou pior e fui embora, mas no meio do caminho, a chuva reencontrou forças para molhar um certo cidadão de mau-humor murmurante: Eu. E cai o maior toró de novo só que agora, comigo debaixo dele. O instrumento do meu irmão não parava de abrir e cair e eu a catar o instrumento dele, e o que eu ainda estava fazendo com ele? O seguinte, por causa da chuva, ele nao foi pro ensaio. Então quer dizer que levei à toa? Isso mesmo, grande dedução. Quando notei que ele nao ia a raiva subiu a cabeça e vontade de esmagá-lo foi grande. Mas continuando.

Como tudo é cômico se não fosse trágico, chegando perto de casa estava em frente a minha igreja e notando que os carros estava fazendo "ondas" com a água da sarjeta. Eu fui andando escondendo atrás das árvores. Porém, vi um carro vindo a toda com uma onda que batia pelo menos no meu pescoço, sai correndo pra esconder atrás de uma das árvores o instrumento do meu irmão abriu, abaixei rapido pra pegar e quando vi, o carro passou e a onde me cobriu me molhando INTEIRO. Ai que nao aguentei...Explodi e murmurei coisas feias, apertei o passo pra chegar e casa e vejo meu irmão na garagem. Atiro o instrumento dele em cima dele e jurei nunca mais carregar aquela...[INSIRA UM PALAVRÃO FEMININO AQUI]...mais. Ele só riu sarcasticamente e quando olho pra porta lá está minha mae pronta para a ultima fase do meu dia...

Casa: Minha casa era abaixo do nivel da rua, e por causa de um recipiente que meu irmão mais novo usou e nao jogou fora direito, entupiu a saída de água, e com isso a água não escoou e pulou a conteção de água que tinhamos na porta, ou seja, como a chuva foi "cavalar", inundou toda minha casa e a unica forma de tirar era com panos molhados com a água de dentro e torcendo fora, e era justamente esse pano que minha mãe estava me estendendo quando cheguei. O meu irmão segundo ela estava muito cansado para ajudar então lá fomos eu e minha mae limpar todo aquele aguaceiro e eu louco pra dormir para acabar o dia logo. E nada melhor que encerrar o dia tomando um banho quente né. Mas quando o dia é o pior de sua vida, nem isso é relaxante. Estava tomando banho e eu era alto e o chuveiro baixo, como estava super estressado, esqueci-me de um detalhe básico, o fio do chuveiro estava descascado e ao lavar minha cabeça, la vem a corrente toda percorrendo meu corpo molhado de pés descalços. Foi tão forte que além de derrubar a fase da casa deixando todo mundo no escuro, me fez agachar involuntariamente. Fiquei um tempo agachado e dizendo pra mim mesmo: " Quero dormir...quero dormir..." Sai tremendo do banheiro, vesti a primeira roupa que achei, me joguei na cama e antes mesmo que a luz se acendesse novamente, eu já estava apagado. Dando final assim ao PIOR DIA DE TODA MINHA VIDA.

O REQUISITO FINAL

O que um momento de devaneio não pode te trazer…

Ter tudo é pedir demais, mas querer ter tudo nem sempre é ambicioso. O tudo é relativo, o nada é fato, mas eu só queria preencher alguns requisitos sem ter que sacrificar outros. Filosofei demais né? Então vamos do começo. Desde molecote sempre fui bom em volei, cresci jogando e conheci muita gente boa lá. O pessoal da rua sempre me chamou de “O Certinho” por não tocar campainhas e sair correndo e não estar interessado em “pegar” as menininhas da rua de trás. Além de que sempre ajudava as idosas com compras e essas coisas e melhor que descer de carro de rolemã pra mim era estudar. Um livro sempre foi meu parceiro pra várias horas e matava meu tédio antes das aulas de volei.

O detalhe de não querer “pegar” as menininhas da rua de trás é porque como li bastante sempre desenvolvi em mim a necessidade de escolha, ou seja, eu tinha alguns requisitos que gostaria se ser cumpridos. Conto de fadas…Não, apenas um modo de não deixar-me ir por apenas o que a vida me trouxer, ou seja, escolher alguém pra mim. Eu me achava tão especial, então queria alguém tão especial quanto eu para passar o resto da minha vida oras. Mas esse alguém especial tinha uma sinal que definiria que era a MINHA ESPECIAL.

Ja saí com várias garotas, admito, mas quando íamos conversando ia mentalmente gravando minha listinhas:

[x] Beleza não agressiva

[x] Belo sorriso

[x] Gosta de leitura e cinema

[x] Papo super agradável

[?] Requisito final

Elas nunca preenchiam o último requisito. Nunca. Eu até entendo que era algo como o pedir demais, porém, eu me achava nesse direito. Estava pronto a aceitar qualquer requisito vindo delas, mas elas somente teriam que reagir bem ao meu. Somente reagir bem. Mas as reações eram catastróficas para mim, nenhuma que eu achasse legal ou me deixasse à vontade, sempre constrangedoras. Enfim…esse requisito era simples: aceitar que sempre durmo com uma vassoura embaixo da cama. Simples não é? Mas nunca eram pra ela. Depois de várias frases de conquista,vários flertes e várias perguntas sobre a minha pretendente, sempre comentava sobre isso. A Flavinha riu tanto que deixou escapar Coca-cola pelo nariz. Assim como a Roberta que não aguentou e teve que ir ao banheiro se recompôr. A Livia então, ficou me olhando estranho tipo pensando: Hum, uma vassoura? Mas por que uma vassoura? Porém, ela não teve coragem de perguntar.

O que eu esperava? Eu não esperava nada, eu tinha a certeza de que o amor não é simplesmente amar cegamente alguma pessoa, e sim amar cada coisa que essa pessoa possui, dentre eles seus pequenos defeitos e suas pequenas manias. Tão bom saber que uma mania diferente faz o coração do outro bater. Saber que um pequeno hábito deixa mais iluminado um sorriso. Um pequeno gesto corriqueiro pode fazer um casal se amar mais, ao notar que um aceita o outro da forma que é.

E foi assim que aconteceu com Ester, preencheu todos os requisitos e faltava apenas o último. E eu estava apreensivo, até que comentei. Ela deu um sorrisinho e disse-me que era impossível isso acontecer.Eu disse que era a uma reação que eu já esperava que alguém fosse ter mesmo. Ela continuou a sorrir, mas quando vi, não era um sorriso de zombação ou estranheza, era de…Meu Deus…Era de aprovação. Sim…Impossível…Não sabia se era ilusão ou o que era, mas resolvi manter-me iludido mesmo assim. Mais tarde comentaria sobre isso novamente. O jantar continuou e ela era fantástica e vi que era impossível nao me apaixonar por ela. Será que o requisito não seria necessário? Eu estava com medo de tocar no assunto, mas por um tempinho…esqueci-me dele.

Saímos outras vezes, meus amigos falavam que éramos um casal perfeito, e nesses momentos então eu lembrava que tinha o requisito. Eu não queria quebrar aquela magia toda. Estava com medo, mas deixei ir. Até que um dia, ela deixou escapar algo que mudou a forma que a via. Ela disse EU TE AMO. Eu não era apenas mais uma companhia ou uma simples pessoa com quem ela se divertia, não, mas eu era a pessoa que ela amava. Como podia ser possível? Mesmo eu todo receoso em me entregar totalmente a essa paixão, consegui conquistá-la de uma forma que ela queria nossos corações unidos. Será que valeria a pena eu me entregar a ela mesmo sem saber sobre o requisito final dela? Será que valeria a pena enfrentar o meu medo para enfim descobrir se ela era ou não a mulher da minha vida, mas a maior de todas as perguntas, valeria mesmo a pena perdê-la? Estava tão confuso que não teve outra. Em um de nossos jantares que fazíamos um na casa do outro juntos, na hora de juntar as louças ela pulou em minhasc costas e começou a sorrir, a . Girei-a junto com meu corpo e deixei-a cair sobre o sofá. Ela caiu gargalhando então a abracei e ficamos ali abraçados por um longo tempo, apenas sentindo a respiração um do outro. Não sei o que se passava em sua cabeça, mas sei que seu coração batia alinhado ao meu. Enfrentei todo o meu medo e resolvi então desabafar. Disse a ela que tinha algo tão sério pra conversar que podia mudar o rumo de nosso amor. Nisso ela disse que tinha ficado feliz e triste ao mesmo tempo. Confuso quis saber o porquê, ela então confessou que eu tinha dito NOSSO amor, não apenas o dela, ou seja, eu a confessei que a amoa. Contei então que desde criança sempre me sinto mais seguro quando durmo com uma vassoura embaixo da cama, e se ela não estiver lá, me sinto com insônia. Ela deu um sorrisinho e perguntou se era sério mesmo? Eu disse que sim esperando algo de aprovação, mas preparado para qualquer chacota então ela me disse: - Eu ja tive dois namorados em toda a minha vida. Eles eram legais sabe, mas faltava neles algo pra me chamar a atenção, o famoso DIFERENCIAL. Eles eram puramente comuns. Depois que terminei o ultimo namoro, decidi que somente ia namorar alguém que tivesse um diferencial para me oferecer, e voce quer saber? Esse é o diferencial mais apaixonante que eu poderia encontrar em toda minha vida. Mas tem uma coisa, voce vai ter que me prometer que não vai voar em cima de nenhuma dessas vassouras. Olhos marejados, um sorriso sincero no rosto, minhas mãos inquietas e na minha frente a mulher que me amava. E o melhor de tudo, meu requisito final não tinha sido apenas suprido, mas na verdade, foi criado para eu encontrá-la.

[x] Beleza não agressiva

[x] Bonito sorriso

[x] Gosta de leitura e cinema

[x] Papo super agradável

[♥] Requisito final

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

OLHOS FAMINTOS

Uma pequena pausa para registrar um dos momentos mais tensos da vida de um homem tradicional.

Um dos maiores desafios do meu namoro com minha digníssima namorada seria enfrentar o pai dela sem dúvida alguma. Isso devido ao índice de nenhuma aprovação relacionada a ela, a fama de durão, nordestino, bravo, decidido e amoroso demais. Isso tudo foi crescendo crescendo e criando uma espécie de medo do não, porque uma vez não, a coisa não ia ficar bonita. Eu mesmo preferia nem pensar sobre, afinal, queria sim um sim e lutei pra isso, com boa imagem, conquistando o restante da família e provando dia após dia o tamanho do meu amor por Leninha.

Chegou o primeiro dos dias, ela contou. Nisso a reação não foi tanto a esperada, ele reagiu friamente, somente ouvindo e quando resolveu perguntar, perguntas objetivas e bem direcionadas, mas a resposta de uma não o agradou: Qual a igreja dele? Ele não gostou de saber que estava envolvido com o grupo de louvor, ou seja, ia ser mais complicado ir pra igreja dela, onde toda a família (quase) está. E disse ser uma objeção. Uma semana se passou praticamente na tensão e criando muitos diálogos em minha mente para as possiveis perguntas que pudessem surgir do temido.

Chegou então o dia de enfrentá-lo. Saí com Eudilene mais cedo, conheci vovó e titia e marquei de ir mais tarde vê-lo e conversar. Leninha ja manda uma mensagem dizendo que está do meu lado seja o que for.(Animador e romantico). Cheguei exatamente às 17:00 que foi quando a mãe dela disse ser melhor. Então, estando lá às 17, mando mensagem avisando que cheguei. E subi. A subida nunca me pareceu tão íngreme, a distância nunca pareceu tão longe, Eudilene nunca tinha me parecido tão linda. Ela me recebeu e eu tenso literalmente falando. Meus músculos rígidos e coração batendo tão alto que até nível na escala de Richter tava entrando. O que acabou com isso por enquanto foi a frase: Ele deu uma saída e já volta. Isso me aliviou por um tempinho. Eudilene entrou, sentei no sofá para conversar com o irmão dela. Ela saiu promentendo voltar rapido, antes do pai. Porém, era óbvio que não seria assim. Ronco de motocicleta atrás de mim no portão e a irmã entra com cara de surpresa pra mim. Logo atrás dela, o temido pai. Apertei sua mão com uma certa firmeza pra demonstrar segurança que nao sabia onde tava ou como demonstrar. Ele entrou e Eudilene entra correndo ao ver a moto e sorri nervosamente pra mim devolvendo o que tinha dado a ela. Então começa o diálgo muito parecido com esse:

Eudilene: Pai, esse é o Everton e ele quer conversar com o Senhor.

Pai: Tudo bem Everton(sentando), o que voce quer conversar comigo?

Eu: O seguinte senhor. Eu vim intencionado a comunicar o senhor que eu e sua filha estamos orando em prol de um compromisso que decidimos firmar, nas bases cristãs, com respeito, amor, valores e principalmente, com Deus na relação. Porém por ser um namoro cristão, não pode seguir em frente sem a benção do senhor. Por isso vim conversar contigo para obter sua benção sobre nosso relacionamento.

Pai: Assim. Voce sabe como é um namoro cristão né? Então. Aqui somos todos uma família muito ligada e não sei como voce conheceu Eudilene nem o que voce faz da vida.

Eudilene: Eu o conheci em um evento que fui com a Lorena.

Eu: Eu trabalho com informática.

Pai:Bom bom. Então. Qual sua igreja?

Eu: Sou da Batista da Graça no Centro. Sou ministro de louvor lá.

Pai: Aí está o ponto negativo. Afinal, voce sendo ministro lá digamos que será mais difícil acompanhar a Eudilene na dela, e como nossa família toda frequenta a mesma igreja, não estou intencionado a liberá-la para frequentar outra igreja de maneira nenhuma e assim, como é complicado para voce sair da sua acho que pode ser um empecilho. Além disso, somos muito ligados, não somente nisso, mas em várias situações também. Sou um pai muito amoroso e gosto bastante das minhas filhas e ela é especial pra mim bastante. Com isso quero enfatizar o valor que a família tem pra mim. Passamos coisas difíceis? Sim, mas vencemos porque estávamos juntos. Agora, eu sou um pai que quer sempre estar presente e gosto demais desse ambiente aqui, mesmo porque somos os únicos da família na cidade, o que nos une mais ainda. Com isso quero dizer que gosto muito dos meus momentos entre família. Voce acredita inclusive que tem gente que quando chega na casa da gente já vai pra cozinha? Nós tentando manter a pessoalidade do lar onde descansamos e as pessoas entram invandindo, a porta sim é a serventia da casa, daqui pra dentro, eu quem mando, o pior é quando eu quero descansar no meu sofá, vendo TV, dá 19:30 e as pessoas continuam aqui conversando e conversando e eu querendo aproveitar meu momento sozinho. O pior é ficar de agarração com minha filha dentro e fora de casa, porque pra mim, a mão é o limite aceitável pra um namoro evangélico. Ainda mais, jamais deixarei minha filha sair só. Se quiserem ir ao cinema, teatro ou algo assim, as irmãs têm que ir junto, porque assim evita algumas intimidades exageradas. E com hora pra voltar claro. Ou seja, respeito é tudo pra mim, voce sabendo respeitar-me, teremos uma boa convivência.

Eu: Sim, admiro os valores que o senhor ensinou à sua filha, admiro seu lar e família e jamais quero nem profaná-los nem mesmo destruí-los, apenas quero acrescentar tanto a eles quanto a mim. E respeito é a base da confiança, então pretendo sempre respeitar o senhor de forma que possamos sim ter uma boa convivência, porque sua filha pra mim foi um Presente de Deus, e Deus não faz a obra pela metade.

Pai: Porém, como eu disse, sou muito ligado a minha esposa, amo demais aquela pequena e não posso tomar uma decisão como eu gostar e ela dizer não. Então, voce a conhece?

Eu: Ahiuagaizaloute(onomatopeia para “Eu nao sei o que falar”)

Pai: Gorete, venha cá. Essa é minha baixinha que amo demais. São xx(insira os anos de casados) e sempre tomei todas as decisões juntamente com ela, jamais só, porque o casamento é feito de amor, e no amor, somos um só, então com isso, Gorete, o que voce acha?

Gorete(mãe): Já o vi na igreja. Olha, pelo que Eudilene disse é um rapaz muito bom, trabalhador, respeitador, de familia, mas que está em outra igreja. Eu acho que isso é um problema, mas se voces estão dispostos a começar um relacionamento com esse detalhe, então o risco é de voces. Eu aprovo.

Pai: Eu também. E espero que nos demos muito bem.

Eu: Com certeza.

Com um sorriso enorme nos lábios e com a tensão tomando meu corpo, me despedi de todos, e da Leninha. Fui tentando ir pra algum lugar, igreja ou casa ou sei lá. Mas com a cabeça nas nuvens porque sim, eu enfrentei o Dragão da entrevista com o sogro para ter caminho livre a minha recompensa. Minha rainha. Meu tesouro. Minha felicidade.

— Só foi cair a ficha tres dias depois —